Curitiba perdeu um terço de restaurantes e bares na pandemia. “Ficamos órfãos”, afirma Abrabar

Entidade quer liberar funcionamento até às 21h, durante a bandeira laranja, dos bares que não tem cozinha

As medidas restritivas adotadas por conta da pandemia do novo Coronavírus (covid-19) continuam provocando estragos no setor de bares e restaurantes. Em Curitiba, onde foi prorrogada a bandeira laranja, aproximadamente um terço dos estabelecimentos fechou definitivamente em um ano.

“Ficamos órfãos”, afirma a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar). A entidade protocolou, na tarde desta quinta-feria (29), um protocolo na Prefeitura Municipal pedindo autorização para os bares que não tem cozinha nem alvará de restaurante e lanchete, de trabalhar até às 21h.

“Perdemos mais de um terço de nosso setor de bares e casas noturna. Uma situação grave para quem tinha um emprego nos bares”, relata o presidente Fábio Aguayo. Esta semana, lembra ele, o Shopping Hauer anunciou a venda de parte de sua estrutura, resultando no fechamento de mais uma leva de bares e restaurantes.

De acordo com levantamento da entidade, Curitiba perdeu aproximadamente 75% das casas noturnas e pelo menos 33% dos bares desde o início da pandemia. A Abrabar ressalta que os empreendedores entendem que a guerra contra a covid é importante, mas o setor ficou órfão em todos os sentidos.

No pedido, a entidade defende que os estabelecimentos atendam com 50% da capacidade até este horário, como está previsto em decreto estadual. A medida está presente na maioria dos municípios, devido a queda expressiva nos principais indicadores da covid-19 – novos infectados e óbitos por complicações da doença.

Discriminação
“Fomos abandonados por todos e passamos a ser marginalizados de toda essa situação, o que não é verdade”, ressalta Fábio Aguayo. Pelas regras da bandeira laranja, os bares só podem funcionar quando tem cozinha e alvará de restaurante ou lanchonete.

“Estamos preocupados com os donos de bares (que não tem cozinha) que estão há meses sem poder trabalhar. Muitos têm contas para pagar, aluguel e não está vindo nenhuma ajuda”, relata o presidente da Abrabar. O decreto estadual, lembra, permite o funcionamnento das 10h às 23h, com 50% da capacidade.

“Somente a capital está proibindo os bares sem cozinha de funcionar”, aponta o presidente da Abrabar. A entidade também solicita a liberação para o uso de mesas e cadeiras em espaços livres e logradouros e um calendário/cronograma para o retorno das casas noturnas, eventos e shows.

Na contramão destas proibições, a entidade lembra estes estabelecimentos fechados não cessou as atividades que cresceram clandestinidade e nas reuniões em residências e condomínios conforme divulgado pelo noticiário. “Nossa intenção é combater isto e trazer dignidade ao nosso segmento”, completa a Abrabar.

 

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